A psoríase é uma doença inflamatória da pele ligada à proliferação exagerada de células de defesa chamadas linfócitos T. Ela acomete adultos e crianças de todas as idades, mulheres e homens.
Já se sabe muito sobre a doença, o que foi possível graças a estudos em portadores de psoríase. Hoje é possível estudar a psoríase em camundongos especiais chamados AGR 129. Estes animais têm suas células de defesa NK imaturas, por deficiência em receptores para interferon. Além disso, descobriu-se que existem alguns fatores genéticos que predispõem o indivíduo à saúde. São genes ligados à produção de proteínas importantes no desenvolvimento da pele, ou no que chamamos “diferenciação celular”, tais como a córnea e a desmosina. Já sabemos em que cromossomas esses genes estão localizados e os fatores genéticos explicam porque em algumas famílias encontramos muitos indivíduos com a psoríase.
Mas, os fatores ambientais também são muito importantes na psoríase e o estresse é apontado como um gatilho importante na manifestação das lesões.
Quais os principais sintomas?
A psoríase cursa com fases de acalmia e de recorrência, quando se formam placas avermelhadas, recobertas por escamas grosseiras, em geral sobre proeminências essas como joelhos e cotovelos. Alguns pacientes reclamam de coceira ou incômodo. A doença pode progredir com placas em todo o corpo ou com um eritema ou vermelhidão em toda a pele.
O couro cabeludo é particularmente suscetível e pode ficar com uma descamação que lembra caspas grosseiras e abundantes. As unhas podem apresentar depressões ou descolamento, facilmente confundidos com micoses. Na chamada psoríase invertida, as flexões da virilha, axilas e pernas podem ser acometidas.
Em alguns casos, a psoríase acomete as articulações. É a chamada artrite psoriásica e psoríase artropática.
Existe cura?
Infelizmente não. Porém, com as descobertas sobre a forma da doença, muitos avanços foram feitos no seu tratamento. Se não há cura, existe o que os dermatologistas chamam terapia rotacional. Ou seja, tão importante quanto tratar as lesões, em sua fase ativa, está o controle nos intervalos da doença. Hidratantes contendo uréia, ácido salicílico, derivados do alcatrão, análogos da vitamina D, retinóides e corticosteróides estão entre os tratamentos usados para a psoríase.
Xampus específicos e medicamentos orais, como retinóides e imunossupressores, também são indicados dependendo da necessidade. Na dose certa, o sol e a luz ultravioleta são particularmente benéficos. Os medicamentos biológicos são uma nova classe de drogas que tem se mostrado muito eficientes no combate à psoríase.
Cuidado com falsas promessas!
É fundamental ter cuidado com os tratamentos milagrosos e sensacionalistas que são veiculados na internet e nos jornais. Medicamentos feitos com plantas também podem ter efeitos imprevisíveis no seu corpo. Desconfie das falsas promessas, especialmente as veiculadas por pessoas que não sejam médicos. Infelizmente existem pessoas mal intencionadas que visam unicamente o lucro. Cuidado também com a automedicação das injeções de corticóides, pois podem induzir ao chamado efeito rebote no futuro, com uma piora da doença após algumas semanas.
Respire fundo!
O controle emocional é tão importante quanto o tratamento médico e deve vir sempre junto. Terapia, hábitos saudáveis de vida e exercícios físicos, especialmente os esportes ao ar livre, são fundamentais no controle da psoríase.
A doença é hereditária?
Sabe-se que existe uma predisposição genética à psoríase, mas fatores ambientais também são importantes. O estresse emocional funciona como um gatilho para a doença. Talvez possamos afirmar que filhos de pais com psoríase têm maior predisposição à doença, mas não significa que irão desenvolver a psoríase.
Os medicamentos têm efeitos colaterais?
Todo medicamento, tópico ou sistêmico, tem efeitos colaterais, que ocorrem em uma porcentagem pequena de pessoas e nem por isso devem ser evitados. Afinal, a doença também é incômoda e leva a consequências físicas e emocionais. Apenas evite a automedicação ou a prescrição de medicamentos por pessoas que não sejam médicos.
O tratamento é para sempre!
A psoríase deve ser tratada durante as crises e deve ser controlada nos intervalos das crises. Converse com seu médico, não espere que a doença piore para procurar seu dermatologista. É importante manter hábitos saudáveis de vida, praticar exercícios físicos, especialmente ao ar livre, e eventualmente procurar apoio psicoterápico.
