Queloides e cicatrizes hipertróficas têm tratamento?

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Escrito por Gisele Viana

em 5 de fevereiro de 2014

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Queloides  e cicatrizes hipertróficas são lesões inflamatórias que ocorrem durante a cicatrização das feridas. Quando nossa pele é lesada, ocorre um complexo processo que envolve a formação de coágulos (fenômenos de contração dos vasos) em uma tentativa de impedir o sangramento excessivo, a migração de células inflamatórias e a substituição da área lesada por tecido fibroso, dando origem à cicatriz.

Trata-se de um processo dinâmico e essas fases não podem ser bem individualizadas. O objetivo da cicatrização é reparar o tecido lesado.

A maior parte das feridas cicatriza deixando um cordão fibroso plano, no mesmo nível dos tecidos vizinhos, que podemos chamar de cicatriz eutrófica, normotrófica ou simplesmente cicatriz normal. Contudo, algumas vezes esse processo de reparo é exagerado, levando à formação de uma cicatriz muito dura, espessa, vermelha, dolorosa e incômoda em cima da área lesada. A chamada cicatriz hipertrófica.

Outras vezes, ainda, pode haver a formação de um queloide. Enquanto a cicatriz hipertrófica ocorre somente na área lesada, o queloide pode invadir sadios ao redor da cicatriz. Os pacientes com queloides  também se sentem muito incomodados e se queixam frequentemente de uma sensibilidade excessiva nas lesões, especialmente nas que estão crescendo, como se fossem pontadas ou agulhadas.

Vou ter queloide após uma cirurgia?

Infelizmente, não há como prever a cicatriz final de um indivíduo que será operado. Antigamente, diversos fios e equipamentos eram usados para fechar uma ferida operatória, levando a uma maior influência da técnica cirúrgica na cicatriz resultante. Hoje, os fios e materiais são praticamente universais e a técnica operatória é muito mais padronizada.

Logo, os fatores individuais são mais importantes para determinar se um indivíduo terá uma cicatriz inestética.

O histórico familiar faz diferença?

Certas famílias são mais propensas a formar queloides  e a história familiar deve ser levada em consideração. Algumas regiões do corpo (peitoral, por ex.) também são mais susceptíveis a ter queloides  que outras (cervical). Porém, há casos de mulheres que operam as duas mamas e forma-se um queloide em uma das mamas, mas não em outra, ou de pacientes submetidas a cesarianas duas vezes, sendo que na primeira a cicatriz era normotrófica e na segunda forma-se cicatriz hipertrófica exuberante. Logo, novamente, entram os fatores individuais.

Posso furar a orelha que tem um queloide?

Não é recomendável. Se você já tem um queloide, deve evitar traumas desnecessários na pele como, por exemplo, colocar brincos e piercings.

Não é o caso de recusar-se a sofrer um procedimento cirúrgico indicado pelo médico para remover um sinal suspeito ou um câncer de pele ou para fazer uma biópsia indicada para diagnosticar uma doença de pele como lúpus e psoríase, por exemplo. A saúde é mais importante que a estética. Apenas pense bem antes de submeter-se a uma cirurgia por razões unicamente estéticas ou antes de fazer uma tatuagem, já que se a cirurgia pode resultar em um queloide e você pode não se satisfazer com o resultado final.

Tratamento de queloides  e cicatrizes hipertróficas

É possível melhorar o aspecto de cicatrizes hipertróficas e, quase sempre, melhorar o aspecto de queloides . Porém, não é possível apagar a cicatriz da pele e não existe um tratamento universal que funciona em 100% dos casos.

Felizmente, há vários tratamentos que, isoladamente ou associados, podem levar a uma melhora de quase todas as lesões, ainda que, em certos casos, como em portadores de diáteses queloideanas (com múltiplos queloides ) devemos acompanhar por vários anos o paciente, porque recorrências ocorrem anos após o tratamento.

São esses tratamentos: cirurgia, radioterapia, uso de malhas e brincos para a compressão, uso de curativos especiais para a oclusão, administração de corticoides nas lesões. Tratamentos alternativos incluem o uso de medicamentos bloqueadores dos canais de cálcio, anti-histamínicos, interferon, cremes com medicamentos chamados imunomoduladores e lasers.

É muito difícil realizar um estudo clínico ideal sobre o tratamento de queloides . Para afastar diferenças individuais, seria necessário um grande número de indivíduos e com lesões cicatriciais clinicamente semelhantes. Porém, o somatório de vários estudos já nos permite chegar a alguns consensos sobre como tratar essas lesões.

Converse com seu dermatologista!

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